Um refúgio onde Ronaldo Souza, escritor, expressa suas idéias em ficções, textos, contos e personagens em nua inspiração, para que possam ser encontrados e curtidos por amantes da leitura.
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É hora de abandonar qualquer peso, estorvo, dificuldade ou problema. Nem sempre é fácil. Porque nós mesmos muitas vezes nos agarramos aos problemas e no fundo não buscamos sua solução.
Mas agora é um bom momento: Um novo ano se inicia, hora de recomeçar. Recomeçar a construir a vida de forma positiva. A buscar soluções para pequenos e grandes problemas. A buscar o caminho da própria felicidade. A fazer de sua vida um exemplo ético e moral para a comunidade. Nunca é tarde para buscar a paz consigo próprio e com o outro.
Que neste ano você esteja disposto a construir seu caminho, a ser feliz independente do clima, a amar mesmo em confronto à indiferença, a ser bom ainda que sob a pressão da maldade, a iluminar a vida do próximo independente das sombras que se projetam assustadoras ao redor.
Tome as rédeas de sua vida. Você é capaz de ser e fazer melhor a todo instante. E não adianta reclamar do destino ou das dificuldades. Porque quando realmente desejamos, nada mais importa. O que importa é nosso objetivo.
E que assim, imbuídos de esperança, fé, auto-estima e alegria, construamos todos uma vida mais feliz para nós e para aqueles que nos cercam
A todos vocês, leitores, amigos, editores e conhecidos que comigo participaram em 2009 e fizeram a razão de existir deste blog, dos livros em que participo e dos contos que escrevo, meus sinceros agradecimentos. Desejo-lhes do fundo do coração um abençoado e Feliz Natal e Próspero Ano Novo!!!!!
Conforme anunciei anteriormente fiz o sorteio hoje, 16.12 de seis livros de antologias diversas em que publiquei alguns de meus contos entre os seguidores deste blog. E podem apostar que realmente tive o trabalho de escrever nome por nome em um papel em branco, dobrá-los, misturá-los e pedir a outra pessoa que retirasse seis deles de todos os cadastrados até ontem, 15.12.
Deixei a sorte de todos ser lançada. E aí estão as figuras dos contemplados:
São eles por seus nomes ou codinomes: Vox Vampyrica Podcast, A., Pedro Moreno, Tyr Quentale, Celly Borges (Gysele) e d.
Caríssimos sorteados: entrem em contato através do e-mail deste autor: rolusouza@gmail.com e enviem seus nomes e endereços para envio de seu exemplar surpresa. E tenham boa leitura! E depois, please, se possível digam se gostaram do livro. E já que estão com tanta sorte, joguem na Megasena e depois dividam o prêmio comigo, rsrsrsrs.
Aos que não foram sorteados, a esperança é a última que morre. Assim que receber novos exemplares de novas antologias sortearei pelo menos um exemplar neste blog. E também alguns que forem remanescentes de edições anteriores que estiverem disponíveis. Mas com certeza anunciarei antes a data em que sortearei para que todos saibam de forma clara e transparente. E quem quiser de forma imediata uma das antologias basta entrar no site das editoras para verificar como adquirir seu exemplar.
Foi o olhar da velha senhora o que o fez voltar atrás.
Era um olhar vazio, desesperançado, maculado pela dor e tristeza e que naquele momento traduzia a si mesmo em finitude. Marco compreendeu imediatemente. Um lampejo daquela dor e solidão ecoou dentro de si mesmo. Deteve-se no meio da correnteza de gente indo e vindo pela calçada e foi abrindo caminho, desviando-se de um e outro até aproximar-se dela, sentada no chão, num canto, com a mão estendida em busca de um trocado. Ele observou os cabelos dela: um branco-amarelado pela idade, as rugas profundas de seu rosto, as vestes maltrapilhas e a magreza reveladora de sua necessidade de subsistência. Enfiou a mão em seu bolso, pegou algumas moedas e abaixou-se a fim de as depositar naquela mão estendida.
Foi quando Marcos, sem intenção, a fim de que as moedas não caíssem no chão, tocou com a ponta de seus dedos a palma da mão da velha senhora, entregando-lhe as moedas, que sentiu-se comovido por maior compaixão. Naquele instante sentiu o calor daquela mão pedinte como seria o da mão de qualquer pessoa de sua família.
Meu Deus, - ele pensou - é um ser humano quem está aqui, neste estado de miséria e desalento. Esta pobre senhora poderia ser minha mãe ou avó, e se encontra jogada na calçada, abandonada, sem ter qualquer um que vele por sua vida.
Já cansara de ver mendigos pelas ruas e vez ou outra passava direto sem se importar muito; noutras dava alguma esmola para aliviar um certo sentimento de culpa por olhar alguém em situação tão drástica e nada fazer. Mas nunca sentira algo como agora. Por causa do olhar daquela senhora. Já o vira antes.
Marcos ouviu a senhora agradecer com um Deus te ajude já decorado e recitado mecanicamente inúmeras vezes, mas que revelava gratidão.
Preso à sentimentos contraditórios, afastou-se um pouco, mas uma idéia lhe ocorreu e não permitiu que se fosse: não tinha como minorar o sofrimento daquela mulher pelo resto de seus dias, porque não tinha condição financeira para resolver um problema social imenso como aquele, pois a cada esquina do centro da cidade via um mendigo. Mas e se pudesse lhe comprar a alforria de um dia de liberdade, onde ela não tivesse mais que continuar pedindo e pudesse voltar para casa e descansar um pouco? E se lhe oferecesse o valor que ela demoraria todo o dia para ganhar, se é que viesse a ganhar, estaria ela disposta a abandonar aquela rua naquele mesmo instante e voltar para sua casa?
Marcos calculou: tinha acabado de receber seu salário do mês, podia apertar um pouco as contas e fazer aquela doação. Mas ela aceitaria e compreenderia aquele seu gesto ou não? Marcos agachou-se ao lado da velhinha e disse:
- Senhora, qual o seu nome?
A idosa pareceu não compreender porque um estranho que acabara de lhe dar uma esmola voltara atrás e lhe perguntava seu nome. Sem olhar no seu rosto, respondeu numa voz rouca e cansada:
- Maria, mio fio.
- Ô Dona Maria, vou dar um dinheiro maior pra senhora ir embora pra casa descansar um pouco por hoje. Amanhã a senhora pode voltar. Mas por hoje, quero que a senhora sinta como se já tivesse ganho seu dia e vá descansar. O que é que a senhora acha?
- Qui Deusi ti bençoe, mio fio. Mais num póssu ir imbora, não. Num tenhu mais casa. Meu véio morreu, fui dispejada do barraco onde morava lá na favela. Num tenhu pr´onde í.
- Mas onde a senhora dorme? Não é aqui, porque passo quase todos os dias voltando do serviço à noite e nunca a vi.
- Eu vô pra praça e fico juntu dus zotrus mindigus. Pru causu de qui tenhu medo de arguém fazê arguma mardade pra mim. Tem gente ruim nessi mundu, nê?
Marcos se lembrou das reportagens de TV onde soube de jovens de classe média que atearam fogo em mendigos e arrepiou-se. Ao compreender toda a extensão do drama e da miséria da pobre velhinha, sentiu um nó na garganta e sufocou uma lágrima.
- A se-senhora fa-faz bem. – Gaguejou – Melhor ficar junto dos outros que sozinha.
Sem pensar duas vezes, enfiou a mão no bolso, arrancou de sua carteira as notas de maior valor que possuía, segurou a mão da senhora com a mão esquerda e com a direita colocou o dinheiro nela, cobrindo em seguida com sua própria mão; sentiu que as pessoas passavam e o olhavam junto daquela mendiga, mas não se importou. Naquele momento a sua humanidade falava mais alto.
- É pra senhora. Compre o que quiser.
- Qui Deusi ti bençoe muito, viu mio fio? Lá na praça a gente dividi o qui consiguiu di dia e quem num tivé conseguidu cumê nada pode comprá arguma coisa pra num morrê de fomi. Na rua temus qui ajudá os zotrus colega pru modu de que tem dia qui num se consegui nada. Aí só mesmu quem veve du mesmu jeitu sabi cumé qui é. Já vi gente morrê de friú e de fomi. Mas si eu puder ajudá, num deixu, não. Dividu tudo cuns amigu.
- Tá bom, Dona Maria. Que Deus abençoe a senhora também. Agora tenho de ir ou vou chegar atrasado no trabalho. Fique com Deus.
A velhinha ensaiou um meio sorriso que deixou aparecer suas gengivas sem qualquer dente.
Depois daquele dia, Marcos sempre se aproximava de Dona Maria e lhe desejava um bom dia. Quando não deixava alguns trocados, pois também era moço pobre, deixava algum alimento e fazia alguma mesura com ela.
Passadas algumas semanas, no entanto, não a viu mais. Procurou todos os dias. E uma noite, foi até a praça onde ela dise que se reunia à noite com seus amigos. Tomando coragem, aproximou-se dos mendigos que ficavam deitados perto do coreto que fora cercado de grade pela prefeitura para impedir que eles ali entrassem. E perguntou para o mais próximo deles que se encontrava deitado, enrolado num cobertor:
- Ô moço, o senhor viu por aí a Dona Maria, aquela velhinha que ficava pedindo esmola ali perto da Casas Bahia?
- A Vó Maria? Ela morreu tem uns cincu dias. Foi interrada lá nu cimitério da cidade, como idigente mesmu.
- Você era neto dela?
- Não, sinhô. Todos aqui a chamavam de Vó Maria. Era a mais velha da turma e muito boazinha.
- Que pena. – disse Marcos, a voz sumindo-lhe da garganta, e os olhos marejando-se – Tinha vindo vê-la. Que Deus abençoe sua alma e a receba em Sua paz.
Marcos deu um trocado para o mendigo e foi embora dali, com o coração pesado. Então lembrou-se da primeira vez que vira Dona Maria. E daquilo que o fizera parar: O seu olhar. Vago e desesperançoso. Então lembrou de já ter visto antes olhar semelhante: no rosto de moribundos prestes a morrer. Aquele era um olhar de quem se despedia deste mundo.
Ela se fora. Como antes dela se fora também sua amada avó.
Marcos nunca mais se esquecera da velhinha, e do motivo que o levara a fundar uma associação de ajuda aos moradores de rua. Sabia que para resolver os problemas sociais não bastava ficar reclamando do governo. Começou a fazer sua parte e ficou surpreso de ver que muitos outros também estavam dispostos a colaborar com ele. Após algum tempo conseguira encontrar lares para muitos deles: ou parentes afastados ou abrigos decentes mantidos pelo poder público ou em convênio com a sociedade civil e a iniciativa privada.
Agora era Natal novamente. Tinha reunido muitos amigos para participar da campanha para recolher e distribuir alimentos e roupas. Nem que fosse por apenas alguns momentos, faria aqueles solitários moradores de rua serem um pouco felizes.
Com certeza – pensou – Dona Maria também ficaria contente, se aqui estivessse.
Após uma semana de Apagão Digital, inúmeras e frustrantes ligações para a Rede Velox, enfim minha conexão foi restabelecida. Resultado da Semana OFF: Centenas de e-mails não lidos e respondidos, mensagens importantes não recebidas, contratos adiados, informações não recebidas, impossibilidade de contato com amizades on-line e tudo o mais. Por sorte tinha terminado uma semana antes um curso on line do meu empregador, ou ficaria em apuro para fazer as provas finais, afinal havia prazo marcado de entrega e encerramento. Agora, resta exercer o direito de consumidor e solicitar à empresa a cobrança proporcional aos dias do mês.
Ufa, ainda bem que passou o Apagão Digital porque fiquei me sentindo como se tivesse sido transportado para a Sibéria ou o Saara, sem qualquer meio de contato com o mundo civilizado...
Estou há uma semana sendo vítima de um Apagão Digital causado pela Rede Velox que é meu provedor de acesso à internet. Assim explico aos leitores o fato do blog não ter tido postagens ultimamente. Foi prometido pela empresa que o acesso será refeito esta semana.
Estou aguardando. Abraços a todos.
Em breve um conto feito especialmente para o natal.
Este mês o Blog Refúgio das Palavras comemora um ano de sua criação. Nascido com a finalidade de divulgar alguns de meus contos e os livros dos quais tenho participado, o blog teve mais de 12.000 acessos em um ano. Isto representa que nos últimos 12 meses houve em média 1.000 acessos por mês. Nada mal.
Somam-se aqui minha produção literária neste ano: Participações em treze antologias já publicadas, uma a publicar ainda este mês (Metamorfose - A Fúria dos Lobisomens) e outros três a confirmar a data de Publicação (nas antologias Poe 200anos, Paradigmas 4 e Foi Assim).
Ou seja: 16 contos publicados em antologias diversas, desde Romance, Contos Policiais, Ficção Científica, Drama, Fantasia e Horror.
Mais oito ou nove contos escritos para o blog. Em média foram quase dois novos contos por mês.
Some-se a isto a revisão do meu primeiro livro que será lançado em 2010 e se achará o resultado de horas de imaginação, esforço e criatividade.
Sim, é uma produção literária modesta. Alguns escritores são muito mais prolíficos, capazes de lançar vários livros neste mesmo período. Mas estou satisfeito de ter aproveitado bastante de meu escasso tempo livre para escrever e ter tido uma resposta satisfatória de leitores, organizadores, editores e amigos.
E para comemorar um ano de blog vou sortear seis exemplares das antologias já publicadas, entre os seguidores do blog Refugio das Palavras que, para quem ainda não observou, pode ser acessado por três diferentes links:
refugiodaspalavras.tk
ronaldoluizsouza.tk
cantodetextosepalavras.blogspot.com
Então vamos lá. Se você ainda não está seguindo o blog, passe a seguir até o dia 15 de dezembro. No dia 16 farei o sorteio, publicarei os nomes sorteados e bastará o envio pelos sorteados de um e-mail com nome e endereço para rolusouza@gmail.com para receber sem nenhum custo um dos exemplares sorteados.