Conheça o Livro Raízes e Asas

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sábado, 31 de outubro de 2009

Solarium 2

Enfim divulgada a tão esperada capa do livro Solarium 2, o segundo volume da coleção Solarium sobre o tema de ficção Científica. São livros imperdíveis para quem curte Ficção Científica. Achei belíssima. Parabéns ao artista da capa. Abaixo o convite Oficial, a Capa completa e o detalhe da capa da frente. Clique na imagem para ver melhor.







segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Vídeo de Lançamento de solarium 2 - Contos de Ficção Científica

Recebi o primeiro vídeo de divulgação do lançamento de Solarium 2, antologia de contos de ficção científica com lançamento em novembro pela Editora Multifoco. O Vídeo foi feito com as ilustrações que compõe o livro, criadas pelo excelente ilustrador James Fernandes. Parabéns meu amigo. O vídeo é eletrizante após os 56 segundos iniciais que não preparam o expectador para o que vem em seguida...

http://www.youtube.com/user/UniversoCaos#p/a

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Matéria na Revista UFO sobre o livro INVASÃO

Foi com imenso prazer que recebi um e-mail do Ademir Pascale informando que havia saído uma matéria sobre a Antologia Invasão, da qual participei com meu conto A Sonda de Pandora, na REVISTA UFO 159, feita pelo colunista Renato Azevedo na Coluna Giro Literário. Procurei a revista nas bancas por uma semana até encontrá-la e ter o prazer de folhear a publicacão. Abaixo, a disponibilizo na íntegra, scaneado da revista.
Clique na imagem para ampliar e ter uma melhor leitura.
Valeu Renato, obrigado pela resenha.


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Antologia METAMORFOSE A FÚRIA DOS LOBISOMENS






 


 

A mais nova antologia em que estarei publicando, ainda sem data oficial de lançamento: Contos sobre o lobisomem. Lembra daquelas histórias que ouvia quando era criança que lhe faziam arrepiar os pêlos do corpo? Pois é, peneirei a essência delas e , criei um conto interessante, divertido e atual sobre o lobisomem, intitulado Zé Cão, o zelador do canil. Este conto será publicado ao lado de outros contos dos talentosos escritores que compõe esta antologia
Metamorfose - A fúria dos lobisomens. Veja abaixo um breve comentário sobre o livro:


Por que há tantos relatos dos homens lobos em épocas e lugares diferentes? Lobisomem da Península Ibérica e da América Central e do Sul, Volkodlák dos eslavos, Loup-garou dos franceses, Versipélio dos romanos, Werwolf dos saxões, Hamtammr dos nórdicos, Óboroten dos russos, Wahrwolf dos germanos ou Licantropo dos gregos, tanto faz, eles estão conosco desde a maldição de Licaão, rei da Arcádia amaldiçoado por Zeus por oferecer como oferenda a carne de um homem chamado Árcade, à partir de então transformava-se em lobo sempre que a raiva lhe tomava a alma.


UM POUCO DE HISTÓRIA:
Publius Ovidius Naso (43 a.C - 17 d.C) escreveu a obra Metamorphoses, do qual cita as transformações de homens em animais, incluindo o rei Licaão em lobo, uma das primeiras, senão a primeira citação de um homem que se transforma em lobo. A obra influenciou William Shakespeare, John Milton, Dante Alighieri, Benjamin Britten, Cruz e Silva e tantos outros ao longo de dois milênios.


Criação e Organização: Ademir Pascale (Invasão, Giz Editorial, Draculea: O Livro Secreto dos Vampiros e Cinema – Despertando seu olhar crítico, Editora Alyá).
Autores Convidados: Marco Bourguignon (Editor da Scarium) e
Adriano Siqueira.
Prefácio: J.Modesto (Trevas, Amor Vampiro e Anhangá: A Fúria do Demônio, Giz Editorial).


Editora: All Print

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Uma Escalada Interior



Uma escalada interior
Marcos caminhava ofegante pela encosta da montanha. Já acompanhava a trilha por quase três horas. Fizera apenas duas pequenas pausas para observar a abertura de duas grutas à beira do caminho,



mas não se aventurara por elas: não trouxera material adequado; além disso sabia que normas de segurança diziam que nunca se deve explorar sozinho o interior de uma caverna.
O suor escorria-lhe pelo corpo, mas a satisfação era infinita. Naquele momento sentia o tempo como um aliado, um leve marejar, companheiro do prazer da aventura; muito diferente do inimigo implacável que o desafiava no dia-a-dia a cumprir horários rígidos, tornando-o um autômato a ir de um lado para outro, cumprindo mil tarefas diferentes em prazos esmagadores.



Não, ali o tempo era íntimo e amigo. Tudo o que precisava fazer era aquilo que quisesse e apenas queria continuar caminhando pela trilha e chegar ao topo da montanha. Com direito a também parar, sentar no chão, pular e rir de si mesmo. Ali, estava totalmente só, e era dono destes seus afortunados momentos.



E o que mais o impressionou fora o vazio, o silêncio e a paz infinita. Era tanta harmonia que podia chegar facilmente às lágrimas. Não de tristeza, mas de uma alegria inexplicável, de estar em contato consigo mesmo e em harmonia com a natureza. O silêncio era absoluto. O único som que podia ouvir era o som do vento acariciando seu rosto.
A cada respiração sentia a energia da montanha preenchendo seu corpo. Longe de ficar cansado com a puxada caminhada, sentia-se mais vibrante e cheio de vida, como se tivesse voltado a ser um menino. Tinha vontade de caminhar mais rápido, fazer a energia de seu corpo circular e vibrar em uma velocidade cada vez maior. Caminhou mais rápido, deu galopes e correu, voltando ao ritmo da caminhada depois. Podia tudo. Sentiu-se dono de si mesmo novamente.




Não passara por nenhuma tragédia recentemente. Sua vida continuava como antes: era casado, ainda não possuía filhos. Seu tempo era dedicado em sua maior parte ao trabalho desgastante que simplesmente não o satisfazia. Sentia que em breve teria de tomar uma decisão radical quanto a isto. Precisava descobrir uma atividade mais prazeirosa e lucrativa. Mas naquele omento, nada disso o importava. Bastava o momento presente. Porque o cotidiano e a rotina lhe roubavam seu bem mais precioso: o tempo de sua vida. Sentia-se vegetando, sendo lentamente moído pelas engrenagens do tempo e das obrigações sociais.



A melhor decisão que tivera em anos fora à de subir a serra até aquela pequena vila e escalar aquela imensa montanha. Chegaria a quase 2.000 metros de altura no topo. Por sorte, a trilha era larga, sem perigos. Não havia pontos de escalada. Ao lado da trilha, gramíneas, arbustos ressequidos e diminutas flores faziam parte da paisagem. Vez ou outra, uma ave de rapina, à procura de caça, cruzava o céu e ele imaginava que ela era livre, voando pelos céus, sem limites conhecidos, apenas o de caçar para aplacar sua fome.

Após quatro horas e trinta minutos de caminhada chegara finalmente ao topo. E lá no alto a superfície da montanha era semiplana. Daria alguns poucos campos de futebol em comprimento. Mas dali podia enxergar por dezenas de quilômetros ao redor, a perder de vista. Ele chegou, levantou as mãos para o céu e deixou-se cair de joelhos.



Fez uma oração interior. Há anos esquecera-se de como era se sentir tão vivo, de estar no mundo fazendo parte da natureza e não lutando contra ela. Não conseguiu deter uma ou outra lágrima da qual nem ao menos percebeu que derramava, tamanha emoção que lhe invadira a alma. A paisagem ilimitada a toda sua volta lhe parecia gritar que todos os caminhos estavam abertos, que nada o prendia a não ser a sua própria vontade, que fosse o que fosse que decidisse fazer de sua vida, seria bem-vindo e aceito pela natureza, pelo mundo e por Deus.
O seu caminho não estava traçado e engessado. Estava ali, vibrante em mil direções e cores diferentes que lhe sorriam e diziam para simplesmente ser feliz por onde quer que andasse, pois o seu tempo era apenas o tempo de uma vida.



O curto espaço de uma vida humana e que mesmo dentro deste espaço ele ainda podia ser tão breve quanto um suspiro, ou tão longo quanto o curto prazo de validade de seu corpo. Não havia espaço para continuar com uma vida de frustrações e tristezas. Descobria enfim, que a sua vida era o resultado de seus atos. E que a sua vontade e suas decisões eram a bússola que o guiavam pelo caminho que trilhava e o levariam a uma chegada. Se seria feliz, ou se tentaria ser feliz, dependia mais de si mesmo que do ambiente. Agora recuperava enfim as rédeas de sua vida. Não era mais um barco à deriva. Sabia onde queria chegar. E principalmente, como chegar.
A paisagem do topo da montanha nunca mais se apagou de sua memória.