Conheça o Livro Raízes e Asas

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domingo, 31 de maio de 2009

O Frio Que Nos Cerca


Conforme prometido, publico abaixo o conto O Frio Que Nos Cerca presente na antologia Contos de Outono da Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Boa Leitura!!!!

Os MELHORES CONTOS de 2009 CJBE


Foi com imensa surpresa em que descobri, clicando no site da CJBE (Câmara Brasileira de Jovens Escritores) que o meu conto O Frio que nos cerca, publicado na antologia Contos de Outono 2009 e publicado neste blog foi escolhido dentre outros como um dos MELHORES CONTOS de 2009 publicados pela CJBE.


O Frio Que Nos Cerca



Eu me lembro de ter dito: Não mais terei esperanças.


Ledo engano. Confesso ter me surpreendido refletindo por

longos momentos, tendo saudades, me entristecendo por todas as horas do dia ou da noite.

As noites, como se tornaram vazias e sem sentido, monótonas e solitárias.

A esperança ainda estava ali, rondando-me, fazendo-me lembrar, impedindo-me de permanecer quieto. Tornando necessário

fazer alguma coisa. Qualquer coisa que desse sentido ao fato de ainda pensar em Izabella.

Ela me deixara.

Como o mundo me pareceu vazio e insensível, mesmo frio, após aquela noite de sábado há apenas uma semana.

Uma semana de minutos eternos e ânsia infinita.

Porque o arrastar do tempo é cruel com aqueles que amam e se encontram solitários.

Porque um coração que ama se torna insustentável sem amor.

Naquela noite ela me disse um adeus sem palavras.

Eu ainda tinha sonhos. Sonhava estar apenas iniciando nossa vida em

comum, que a estrada da vida se abria para nós e nos recebia com flores pelos caminhos; e o aroma fresco das manhãs vicejava em nossos sonhos.

Sim, eu posso dizer sem erro, ainda hoje, sem pudor ou medo. Eu a amei mais que a mim mesmo. E não me arrependo.

Porque comemorávamos cada momento passado juntos como uma dádiva dos Deuses. Porque éramos um para o outro sem regras, fronteiras ou ilusões. Porque nos descobrimos num mar de gente e nos encontramos um no outro. Porque não havia mais qualquer possibilidade de existirmos da forma eu-sem-você ou você-sem-mim, mas apenas nós-juntos-para-sempre.

E preparávamos nossa festa a dois para a semana seguinte, o próximo domingo, doze de junho, dia dos namorados.

Mas não chegamos até ele.

Por que os sonhos mais belos são frágeis e esquivos? Por que não alcançamos o arco-íris e nos colorimos de alegria? Por que não podemos colher gotas de luz para lançar na escuridão?

Eram perguntas de Izabella.

Mas a minha apenas era: Quanto pode durar a felicidade?

Eu me sentia feliz e também via alegria em seus olhos, caminhando pela areia da praia, trilhando aventuras, ou mesmo apenas tomando um café ao seu lado. Ela me olhava, sempre com aquela alegria inocente e me fazia sorrir por prazer ou por descartar regras a muito arraigadas em meu íntimo.

Sempre me senti mais leve na sua presença.

Caminhávamos com os mesmos passos e as mesmas certezas.

Ela transformava palavras em canções, dificuldades em sorrisos, e olhares em esperança.

Eu sempre a amei. Ainda posso ouví-la sussurrar seu diário Bom dia, Luciano! em meus ouvidos, ao acordar pela manhã. Eu moveria céus e terra somente para tê-la sempre sorrindo, feliz ao meu lado.

Nas noites, acordo no meio da madrugada, trêmulo, aos prantos, imaginando estar vivendo um pesadelo, que ainda estamos juntos, que ela me ama, e está ao meu lado tanto quanto antes. Então a realidade me atropela e vejo que o pesadelo é tão concreto quanto as paredes ao meu redor. Resta-me a tristeza e o conformismo.

Da taça que nos foi oferecida, tomaremos juntos até a última gota de vida. Ainda me lembro bem destas suas palavras. Eram uma declaração de amor e uma promessa.

Hoje eu me pergunto: Por que a vida permite que inocentes sofram?

Não fui capaz de prever. Nunca pude pensar que a taça se esgotasse tão rapidamente, que sua doença fosse tão devastadora, nem que o derradeiro momento estivesse tão perto.

Um câncer no seio se alastrara pelo corpo de Izabella, devastando de um só golpe, três vidas.

A dela que se fora. A minha que lastima. E a futura, fruto de nossa união, negada em seu próprio íntimo, pelos belos e sagrados seios, sua futura fonte de alimentos, que jorraram veneno mortal.

Neste dia de outono de minha vida, apenas posso repetir, na esperança que ela me escute, lá das nuvens celestes, em meio aos anjos do Senhor:

Eu te amo, Izabella. Por isto decidi publicar este relato. Para que todos aqueles que o leiam lembrem-se de amar com toda a intensidade de seus corações, como se fosse a primeira ou a última vez.

Porque nosso tempo sempre é muito curto para amar.

Tenha um Feliz Dia dos Namorados, meu amor.

Daquele que um dia, no passado, você amou com todo seu coração.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Contos de Outono


Mês de Junho se aproxima, e com ele o Dia dos Namorados. Amor, Romance e Paixão encontram-se em alta. Para comemorar, dois lançamentos dos quais participo:

Contos de Outono - Pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores.
Excepcionalmente, e à pedido de amigos que não conseguiram adquirir esta antologia a tempo (o prazo era apenas até 10 de maio), disponibilizarei no dia do lançamento (31 de maio)o texto integral de meu conto: O frio que nos cerca, um belíssimo conto de amor.

e, Dia 12 de Maio, será lançado o livro Enigmas do Amor, pela Editora Scortecci, do qual participo com o conto Um Gesto, Uma Palavra.

domingo, 24 de maio de 2009

Fiat Voluntas Tua - O Livro


Uma Prévia dos Contos e Autores, por Rúbia Cunha - Organizadora



Um poema para nós dois - Deborah Brandão

Dizem que a paixão nos faz perder a cabeça e fazer coisas absurdas. Dizem que os anjos não têm sexo e que azeite e vinagre não se misturam...
As pessoas, os seres humanos, são muito engraçadas, cheias de frases feitas e ditos populares que julgam[...]

Golpe de Anjo - André Calvet

Paredes unidas e disformes, como as de uma gruta, o enclausuravam. Ao topo de uma enorme rocha, com 30 degraus, está sentado Melkev, entediado e aborrecido em um trono trabalhado de forma rude, com alguns rostos e partes humanas que parecem saltar[...]

As Trevas do Abismo - Ronaldo Luiz Souza

Joviel olhou ainda uma vez mais para o alto, para a luz. Então fechou os olhos e lentamente inclinou o corpo na beira do precipício, descontraindo os músculos. A gravidade fez o trabalho restante, sugando-o.
As trevas foram encobrindo sua luz até[...]

O Inquisidor - Marcelo Hipólito

Os olhos da criatura, forjados no inferno caótico e furioso da Criação, encaravam com indiferença os três homens sentados à mesa de madeira crua e ríspida diante de si. Seu poder milenar os inquietava e diminuía. Sua frieza os amedrontava.
Seu olhar[...]

Diálogo Celeste - Cláudio Parreira

O anjo Gabriel se dirigia ao escritório do Supremo. Resmungava:
Depois de velho, deu pra embirutar. Onde já se viu? Repetir a história numa época dessas! E eu que pensava que nostalgia era coisa só de homens...
Primeiro corredor à esquerda,[...]

Redenção - Greice Martinelli

Primeiro eles rasgaram o Céu com suas lanças afiadas e o tingiram de sangue, depois vieram à Terra e condenaram suas almas e as dos homens. Nunca imaginei uma segunda guerra entre nós, mas ela veio mais cedo do que esperávamos e não sei o quanto[...]

Resignação de Gabriel - Anne Caroline Quiangala

Caminhei dois passos e então dobrei a esquina à minha esquerda.
Esses dias, ao que me parece, estão funestos.
Há falta.
Uma profunda falta de tudo.
Comecemos pelo início, que por sinal, também é o fim de certa forma.
Deixemos de lado minha[...]

Sedução - Clara Iamê

Era uma cidade do interior, pacata, com cheirinho de mato molhado e som de pássaros ao amanhecer, assim como existe no nosso imaginário. Lá moravam Carolina e Fernando. Lá se conheceram casualmente e lá se apaixonaram. Ela, nascida e criada na[...]

Escrito no tempo - Tales de Azevedo

A pena descia pelo papel, caminhando da direita para a esquerda, em belas curvas que se juntavam formando palavras, que por sua vez se juntavam em frases e versos. A luz vacilante da vela iluminava seus olhos compenetrados. A velha mesa de[...]

Filha da Luz - Andréa Cisne

Sangue. Era tudo que eu via na minha frente. Sangue e caos. Não me lembro bem como cheguei até aqui, mas me lembro como tudo começou.
Eu estava perdida, senti medo. Lágrimas, impotência. A única pessoa de minha confiança me abandonou, segundo ela[...]

Sting - Heitor Serpa

Mais uma noite de lua pálida iluminava Kirash, a outrora capital do Reino da Península. Exibindo desde casebres de madeira até luxuosas mansões em suas ruas de pedra, a grande cidade já viveu dias melhores. Porém, desde a transferência do título[...]

A Escolhida - Adriana Silveira S. Pereira

Já fazia cinco anos que Lisa trabalhava sem ter nenhum período de descanso. Agora que tomara a decisão, sairia em viagem durante um mês e, quem sabe, retornaria uma outra mulher, descansada e distante da rotina em que vive.
Crescera como filha[...]

O valor do amor- Matheus José Maria

Mais um doze de junho havia chegado.
O dia dos namorados. Um dia em que, por muito tempo, o amor fora celebrado por vários corações apaixonados. Um dia em que ele fora soberano, mas que agora, é pouco mais que uma memória perdida nos corações das[...]

O Transportador de Almas - Lucas L. Rocha

Levar almas até o submundo é a tarefa de minha família desde tempos imemoráveis. Sempre fomos vistos pelos humanos como demônios cuja única função era a de arrastar as almas boas até os confins da eterna danação, mas não é realmente assim que as coisas[...]

Olhar - Danny Marks

Você já olhou nos olhos da morte? Não apenas perceber ela perto, mas sentir o calafrio incômodo que lhe avisa que o seu fim está próximo, ao alcance de braços estendidos. Eu digo olhar diretamente para o fundo daquelas cavidades e ver os seus segredos[...]

Plumbum - Robson Rosa Soares

Quando ele passou o pano pelo vidro, uma grossa camada de poeira foi removida, podendo, assim, entrar a luz, iluminando seu tórax nu e suado entre os suspensórios.
Às suas costas, a luz bateu nas correntes penduradas do teto do templo. Os feixes de luz[...]

Eu, Desperto - Addam

Naquela tarde chovia. Cara, mas chovia muito mesmo. Sabe aquelas coisas de você sair na rua por dez segundos e voltar empapado? Pois é, bem desse tipo. Mas eu não tava na chuva, pra falar a verdade. Não vai dar pra esquecer nem um segundo, mesmo[...]

Máximas de um nada... - E.J. Silva

Uma vez perdida a lágrima, nada mais é digno de tristeza. Assim começa a eterna noite de um ser não mais eterno, despido de si mesmo e vítima de seus pensamentos mais sórdidos. Não tem nome, não tem aspecto e é só agora um mito jogado a Geena dos[...]

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Invasão

Agora à noite recebi a confirmação de que meu conto A Sonda de Pandora estará participando da antologia Invasão, organizada por Ademir Pascale e lançada pela Giz Editorial, provavelmente à tempo de participar da Bienal do Livro do Rio de Janeiro ainda este ano.

INVASÃO será uma obra do gênero ficção científica que reuniu 25 contos, selecionados pelo organizador Ademir Pascale.

O tema INVASÃO já nos remete ao conteúdo da obra, ou seja, o planeta Terra sendo invadido por seres hostis. O organizador Ademir Pascale, no entanto, resolveu deixar algo mais amplo que a clássica obra A Guerra dos Mundos de H. G. Wells, assim as histórias inscritas poderão conter tanto enredos com alienígenas, como robôs, personagens de outras dimensões, viagens no tempo e espaço, insetos gigantes, etc., relacionados com o tema principal: INVASÃO.

A Terra sendo invadida por terríveis alienígenas gigantes? Robôs que se rebelaram contra os seres humanos? Viajantes do futuro que resolveram mudar a história invadindo a Terra no passado ou vice-versa? Monstruosos seres intraterrenos que saíram dos confins da Terra para invadir a nossa planície? São apenas alguns exemplos, mas os autores selecionados criaram contos fascinantes. Espere para ver.

Assim que tiver mais notícias a respeito, publico por aqui.