Um refúgio onde Ronaldo Souza, escritor, expressa suas idéias em ficções, textos, contos e personagens em nua inspiração, para que possam ser encontrados e curtidos por amantes da leitura.
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É hora de abandonar qualquer peso, estorvo, dificuldade ou problema. Nem sempre é fácil. Porque nós mesmos muitas vezes nos agarramos aos problemas e no fundo não buscamos sua solução.
Mas agora é um bom momento: Um novo ano se inicia, hora de recomeçar. Recomeçar a construir a vida de forma positiva. A buscar soluções para pequenos e grandes problemas. A buscar o caminho da própria felicidade. A fazer de sua vida um exemplo ético e moral para a comunidade. Nunca é tarde para buscar a paz consigo próprio e com o outro.
Que neste ano você esteja disposto a construir seu caminho, a ser feliz independente do clima, a amar mesmo em confronto à indiferença, a ser bom ainda que sob a pressão da maldade, a iluminar a vida do próximo independente das sombras que se projetam assustadoras ao redor.
Tome as rédeas de sua vida. Você é capaz de ser e fazer melhor a todo instante. E não adianta reclamar do destino ou das dificuldades. Porque quando realmente desejamos, nada mais importa. O que importa é nosso objetivo.
E que assim, imbuídos de esperança, fé, auto-estima e alegria, construamos todos uma vida mais feliz para nós e para aqueles que nos cercam
A todos vocês, leitores, amigos, editores e conhecidos que comigo participaram em 2009 e fizeram a razão de existir deste blog, dos livros em que participo e dos contos que escrevo, meus sinceros agradecimentos. Desejo-lhes do fundo do coração um abençoado e Feliz Natal e Próspero Ano Novo!!!!!
Conforme anunciei anteriormente fiz o sorteio hoje, 16.12 de seis livros de antologias diversas em que publiquei alguns de meus contos entre os seguidores deste blog. E podem apostar que realmente tive o trabalho de escrever nome por nome em um papel em branco, dobrá-los, misturá-los e pedir a outra pessoa que retirasse seis deles de todos os cadastrados até ontem, 15.12.
Deixei a sorte de todos ser lançada. E aí estão as figuras dos contemplados:
São eles por seus nomes ou codinomes: Vox Vampyrica Podcast, A., Pedro Moreno, Tyr Quentale, Celly Borges (Gysele) e d.
Caríssimos sorteados: entrem em contato através do e-mail deste autor: rolusouza@gmail.com e enviem seus nomes e endereços para envio de seu exemplar surpresa. E tenham boa leitura! E depois, please, se possível digam se gostaram do livro. E já que estão com tanta sorte, joguem na Megasena e depois dividam o prêmio comigo, rsrsrsrs.
Aos que não foram sorteados, a esperança é a última que morre. Assim que receber novos exemplares de novas antologias sortearei pelo menos um exemplar neste blog. E também alguns que forem remanescentes de edições anteriores que estiverem disponíveis. Mas com certeza anunciarei antes a data em que sortearei para que todos saibam de forma clara e transparente. E quem quiser de forma imediata uma das antologias basta entrar no site das editoras para verificar como adquirir seu exemplar.
Foi o olhar da velha senhora o que o fez voltar atrás.
Era um olhar vazio, desesperançado, maculado pela dor e tristeza e que naquele momento traduzia a si mesmo em finitude. Marco compreendeu imediatemente. Um lampejo daquela dor e solidão ecoou dentro de si mesmo. Deteve-se no meio da correnteza de gente indo e vindo pela calçada e foi abrindo caminho, desviando-se de um e outro até aproximar-se dela, sentada no chão, num canto, com a mão estendida em busca de um trocado. Ele observou os cabelos dela: um branco-amarelado pela idade, as rugas profundas de seu rosto, as vestes maltrapilhas e a magreza reveladora de sua necessidade de subsistência. Enfiou a mão em seu bolso, pegou algumas moedas e abaixou-se a fim de as depositar naquela mão estendida.
Foi quando Marcos, sem intenção, a fim de que as moedas não caíssem no chão, tocou com a ponta de seus dedos a palma da mão da velha senhora, entregando-lhe as moedas, que sentiu-se comovido por maior compaixão. Naquele instante sentiu o calor daquela mão pedinte como seria o da mão de qualquer pessoa de sua família.
Meu Deus, - ele pensou - é um ser humano quem está aqui, neste estado de miséria e desalento. Esta pobre senhora poderia ser minha mãe ou avó, e se encontra jogada na calçada, abandonada, sem ter qualquer um que vele por sua vida.
Já cansara de ver mendigos pelas ruas e vez ou outra passava direto sem se importar muito; noutras dava alguma esmola para aliviar um certo sentimento de culpa por olhar alguém em situação tão drástica e nada fazer. Mas nunca sentira algo como agora. Por causa do olhar daquela senhora. Já o vira antes.
Marcos ouviu a senhora agradecer com um Deus te ajude já decorado e recitado mecanicamente inúmeras vezes, mas que revelava gratidão.
Preso à sentimentos contraditórios, afastou-se um pouco, mas uma idéia lhe ocorreu e não permitiu que se fosse: não tinha como minorar o sofrimento daquela mulher pelo resto de seus dias, porque não tinha condição financeira para resolver um problema social imenso como aquele, pois a cada esquina do centro da cidade via um mendigo. Mas e se pudesse lhe comprar a alforria de um dia de liberdade, onde ela não tivesse mais que continuar pedindo e pudesse voltar para casa e descansar um pouco? E se lhe oferecesse o valor que ela demoraria todo o dia para ganhar, se é que viesse a ganhar, estaria ela disposta a abandonar aquela rua naquele mesmo instante e voltar para sua casa?
Marcos calculou: tinha acabado de receber seu salário do mês, podia apertar um pouco as contas e fazer aquela doação. Mas ela aceitaria e compreenderia aquele seu gesto ou não? Marcos agachou-se ao lado da velhinha e disse:
- Senhora, qual o seu nome?
A idosa pareceu não compreender porque um estranho que acabara de lhe dar uma esmola voltara atrás e lhe perguntava seu nome. Sem olhar no seu rosto, respondeu numa voz rouca e cansada:
- Maria, mio fio.
- Ô Dona Maria, vou dar um dinheiro maior pra senhora ir embora pra casa descansar um pouco por hoje. Amanhã a senhora pode voltar. Mas por hoje, quero que a senhora sinta como se já tivesse ganho seu dia e vá descansar. O que é que a senhora acha?
- Qui Deusi ti bençoe, mio fio. Mais num póssu ir imbora, não. Num tenhu mais casa. Meu véio morreu, fui dispejada do barraco onde morava lá na favela. Num tenhu pr´onde í.
- Mas onde a senhora dorme? Não é aqui, porque passo quase todos os dias voltando do serviço à noite e nunca a vi.
- Eu vô pra praça e fico juntu dus zotrus mindigus. Pru causu de qui tenhu medo de arguém fazê arguma mardade pra mim. Tem gente ruim nessi mundu, nê?
Marcos se lembrou das reportagens de TV onde soube de jovens de classe média que atearam fogo em mendigos e arrepiou-se. Ao compreender toda a extensão do drama e da miséria da pobre velhinha, sentiu um nó na garganta e sufocou uma lágrima.
- A se-senhora fa-faz bem. – Gaguejou – Melhor ficar junto dos outros que sozinha.
Sem pensar duas vezes, enfiou a mão no bolso, arrancou de sua carteira as notas de maior valor que possuía, segurou a mão da senhora com a mão esquerda e com a direita colocou o dinheiro nela, cobrindo em seguida com sua própria mão; sentiu que as pessoas passavam e o olhavam junto daquela mendiga, mas não se importou. Naquele momento a sua humanidade falava mais alto.
- É pra senhora. Compre o que quiser.
- Qui Deusi ti bençoe muito, viu mio fio? Lá na praça a gente dividi o qui consiguiu di dia e quem num tivé conseguidu cumê nada pode comprá arguma coisa pra num morrê de fomi. Na rua temus qui ajudá os zotrus colega pru modu de que tem dia qui num se consegui nada. Aí só mesmu quem veve du mesmu jeitu sabi cumé qui é. Já vi gente morrê de friú e de fomi. Mas si eu puder ajudá, num deixu, não. Dividu tudo cuns amigu.
- Tá bom, Dona Maria. Que Deus abençoe a senhora também. Agora tenho de ir ou vou chegar atrasado no trabalho. Fique com Deus.
A velhinha ensaiou um meio sorriso que deixou aparecer suas gengivas sem qualquer dente.
Depois daquele dia, Marcos sempre se aproximava de Dona Maria e lhe desejava um bom dia. Quando não deixava alguns trocados, pois também era moço pobre, deixava algum alimento e fazia alguma mesura com ela.
Passadas algumas semanas, no entanto, não a viu mais. Procurou todos os dias. E uma noite, foi até a praça onde ela dise que se reunia à noite com seus amigos. Tomando coragem, aproximou-se dos mendigos que ficavam deitados perto do coreto que fora cercado de grade pela prefeitura para impedir que eles ali entrassem. E perguntou para o mais próximo deles que se encontrava deitado, enrolado num cobertor:
- Ô moço, o senhor viu por aí a Dona Maria, aquela velhinha que ficava pedindo esmola ali perto da Casas Bahia?
- A Vó Maria? Ela morreu tem uns cincu dias. Foi interrada lá nu cimitério da cidade, como idigente mesmu.
- Você era neto dela?
- Não, sinhô. Todos aqui a chamavam de Vó Maria. Era a mais velha da turma e muito boazinha.
- Que pena. – disse Marcos, a voz sumindo-lhe da garganta, e os olhos marejando-se – Tinha vindo vê-la. Que Deus abençoe sua alma e a receba em Sua paz.
Marcos deu um trocado para o mendigo e foi embora dali, com o coração pesado. Então lembrou-se da primeira vez que vira Dona Maria. E daquilo que o fizera parar: O seu olhar. Vago e desesperançoso. Então lembrou de já ter visto antes olhar semelhante: no rosto de moribundos prestes a morrer. Aquele era um olhar de quem se despedia deste mundo.
Ela se fora. Como antes dela se fora também sua amada avó.
Marcos nunca mais se esquecera da velhinha, e do motivo que o levara a fundar uma associação de ajuda aos moradores de rua. Sabia que para resolver os problemas sociais não bastava ficar reclamando do governo. Começou a fazer sua parte e ficou surpreso de ver que muitos outros também estavam dispostos a colaborar com ele. Após algum tempo conseguira encontrar lares para muitos deles: ou parentes afastados ou abrigos decentes mantidos pelo poder público ou em convênio com a sociedade civil e a iniciativa privada.
Agora era Natal novamente. Tinha reunido muitos amigos para participar da campanha para recolher e distribuir alimentos e roupas. Nem que fosse por apenas alguns momentos, faria aqueles solitários moradores de rua serem um pouco felizes.
Com certeza – pensou – Dona Maria também ficaria contente, se aqui estivessse.
Após uma semana de Apagão Digital, inúmeras e frustrantes ligações para a Rede Velox, enfim minha conexão foi restabelecida. Resultado da Semana OFF: Centenas de e-mails não lidos e respondidos, mensagens importantes não recebidas, contratos adiados, informações não recebidas, impossibilidade de contato com amizades on-line e tudo o mais. Por sorte tinha terminado uma semana antes um curso on line do meu empregador, ou ficaria em apuro para fazer as provas finais, afinal havia prazo marcado de entrega e encerramento. Agora, resta exercer o direito de consumidor e solicitar à empresa a cobrança proporcional aos dias do mês.
Ufa, ainda bem que passou o Apagão Digital porque fiquei me sentindo como se tivesse sido transportado para a Sibéria ou o Saara, sem qualquer meio de contato com o mundo civilizado...
Estou há uma semana sendo vítima de um Apagão Digital causado pela Rede Velox que é meu provedor de acesso à internet. Assim explico aos leitores o fato do blog não ter tido postagens ultimamente. Foi prometido pela empresa que o acesso será refeito esta semana.
Estou aguardando. Abraços a todos.
Em breve um conto feito especialmente para o natal.
Este mês o Blog Refúgio das Palavras comemora um ano de sua criação. Nascido com a finalidade de divulgar alguns de meus contos e os livros dos quais tenho participado, o blog teve mais de 12.000 acessos em um ano. Isto representa que nos últimos 12 meses houve em média 1.000 acessos por mês. Nada mal.
Somam-se aqui minha produção literária neste ano: Participações em treze antologias já publicadas, uma a publicar ainda este mês (Metamorfose - A Fúria dos Lobisomens) e outros três a confirmar a data de Publicação (nas antologias Poe 200anos, Paradigmas 4 e Foi Assim).
Ou seja: 16 contos publicados em antologias diversas, desde Romance, Contos Policiais, Ficção Científica, Drama, Fantasia e Horror.
Mais oito ou nove contos escritos para o blog. Em média foram quase dois novos contos por mês.
Some-se a isto a revisão do meu primeiro livro que será lançado em 2010 e se achará o resultado de horas de imaginação, esforço e criatividade.
Sim, é uma produção literária modesta. Alguns escritores são muito mais prolíficos, capazes de lançar vários livros neste mesmo período. Mas estou satisfeito de ter aproveitado bastante de meu escasso tempo livre para escrever e ter tido uma resposta satisfatória de leitores, organizadores, editores e amigos.
E para comemorar um ano de blog vou sortear seis exemplares das antologias já publicadas, entre os seguidores do blog Refugio das Palavras que, para quem ainda não observou, pode ser acessado por três diferentes links:
refugiodaspalavras.tk
ronaldoluizsouza.tk
cantodetextosepalavras.blogspot.com
Então vamos lá. Se você ainda não está seguindo o blog, passe a seguir até o dia 15 de dezembro. No dia 16 farei o sorteio, publicarei os nomes sorteados e bastará o envio pelos sorteados de um e-mail com nome e endereço para rolusouza@gmail.com para receber sem nenhum custo um dos exemplares sorteados.
Algum tempo atrás recebi um e-mail de Ademir Pascale com a proposta de criar algum conto para uma antologia que seria dedicada ao grande escritor americano Edgar Allan Poe. Confesso que embora já houvesse ouvido falar muito de Poe, pouco conhecia deste autor além da Caricatura feita em revistas e desenhos sobre o seu conto O Corvo. Num primeiro momento resolvi primeiro ler algo mais sobre este autor. E descobri que estava perdendo fantásticas histórias de horror, mistério, e até mesmo romance. Sim, porque Poe embora mais conhecido por seus contos sombrios, também era Poeta e romântico.
O regulamento da antologia regia que o conto a ser criado por mim deveria ser baseado em um conto de Poe. Baseado, mas não compilado. Assim, entre inúmeros contos deste autor,escolhi um conto que, embora contenha toda a gama de expressão poética e misteriosa de Poe, também é um conto romântico: Eleonora. Fiquei fascinado com a beleza poética deste conto, e após a leitura, vez ou outra me pegava pensando em passagens da história. Então me decidi a basear o conto que criaria em Eleonora.
Então mergulhei no mundo mágico de Poe e criei meu conto O Vale das Montanhas Azuis. Uma homenagem minha ao grande escritor Edgar Allan Poe, de cuja obra também me tornei grande apreciador.
Embora eu tenha gostado de escrevê-lo e tenha tentado capturar o máximo da alma de Poe nas leituras de seus textos (Em uma viagem para Maceió, poucos dias depois de ter recebido o e-mail, percebi na banca do Aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro um livro de contos de Poe, êta coincidência fatal) fiquei temeroso que o texto não estivesse suficientemente dentro do que fora estipulado pelos organizadores Maurício Montenegro e Ademir Pascale. Preferi explorar o lado poético e romântico, embora não menos amargurado e terrível da personalidade de Poe.
Tive a grata surpresa de receber um e-mail do Maurício informando que ficara entusiasmado com meu conto O Vale das Montanhas Azuis e que o mesmo com certeza estaria no rol dos selecionados para compor esta grande antologia dedicada a Poe.
Agradeço aos amigos Mauricio e Ademir pela atenção e desde já os parabenizo. Com base em seus trabalhos anteriores, pela incessante busca pela qualidade e o aprimoramento com que estão trabalhando, tenho certeza que esta antologia sobre Poe será um livro de sucesso entre os amantes do gênero.
ANTOLOGIA “POE 200 ANOS – CONTOS INSPIRADOS EM EDGAR ALLAN POE”:
Sobre Edgar Allan Poe:
Nasceu em Boston, Estados Unidos, em 19 de janeiro de 1809. Foi poeta, contista e crítico literário. Poe é considerado o pai da literatura policial com histórias como “O Assassinato da Rua Morgue” e “A carta Roubada”, também é considerado precursor da literatura de mistério. Seus contos marcaram profundamente a literatura ocidental. Dentre os diversos trabalhos do ficcionista americano os mais conhecidos são: O Gato Preto, Os Crimes da Rua Morgue, O Corvo, A Carta Roubada, O Retrato Ovalado, Berenice, A Queda da Casa de Usher e tantos outros.
Organização: Maurício Montenegro e Ademir Pascale Prefácio: Miguel Carqueija Editora: All Print
Especificações da obra:
Tìtulo: POE - 200 ANOS: Contos Inspirados em Edgar Allan Poe
LANÇAMENTO: 20/02/2010
LOCAL: Bardo Batata - Rua Bela Cintra, 1333 - Jardins - São Paulo/SP
à partir das 18h30Organizadores: Maurício Montenegro e Ademir Pascale Formato fechado: 14x21 cm. Páginas: 180 (aproximadamente) Capa impressa colorida (4 cores), papel Supremo 250 gramas, laminada brilho e com orelhas.
Esta é uma singela homenagem ao mestre do horror, composta por co-autores apaixonados pelo gênero. Uma bela capa e uma ótima seleção de contos que certamente agradará os fãs de Edgar Allan Poe, além de despertar a atenção daqueles que ainda não o conhecem. Leia, trema e aventure-se nestas páginas.
Ademir Pascale
Escritor e Organizador Cultural
Como acontece na vida da maioria dos gênios, Edgar Allan Poe viveu uma vida difícil, curta e infeliz. Morreu empobrecido, mas entregou ao mundo uma obra que se tornou o ponto de partida para o que é lido nos romances de mistério, horror e detetivesco ou visto nos filmes desses gêneros para o cinema e televisão. Poe influenciou e continua influenciando milhares de escritores veteranos e iniciantes ao redor do mundo. Essa é nossa homenagem.
Maurício Montenegro
Escritor e Organizador Cultural
Autores presentes na obra: Ademir Pascale
Alex Lopes
Alícia Azevedo
André Catarinacho Boschi
Deborah O'Lins de Barros
Dimitry Uziel
Duda Falcão
Frank Bacurau
Georgette Silen
Gil Piva
Jocir Prandi
Kathia Brienza
Luciana Fátima
M. D. Amado
Mariana Albuquerque
Márson Alquati
Maurício Montenegro
Miguel Carqueija
O. A. Secatto
Ronaldo Luiz Souza
Roseli Princhatti Arruda Nuzzi
Thiago Félix Organizadores: Maurício Montenegro & Ademir Pascale
Lançamento: Dia: 20/02/2010 Local: Bardo Batata: Gastronomia e Cultura. Rua Bela Cintra, nº 1333, Jardins, S. Paulo, SP Horário: À partir das 18h30 OBS.: no mesmo dia, horário e local, acontecerá também o lançamento do romance de horror O DESEJO DE LILITH (Editora Draco), de Ademir Pascale.
Muitos amigos e conhecidos me pediam a todo instante, nas mais inusitadas situações, para anotar o endereço de meu blog. Nem sempre era fácil: às vezes faltava papel ou caneta, ou mesmo tempo disponível na correria do dia-a-dia. Para facilitar as coisas, resolvi criar um Cartão de Apresentação. Aí está ele, que será impresso nos próximos dias pela gráfica.
Se você quiser alguns para divulgar, envie-me seu nome e endereço para o e-mail rolusouza@gmail.com que lhe envio sem custo algum.
Abaixo o convite oficial do lançamento do livro de contos de Ficção Científica da Editora Multifoco, Solarium II, em que participo com meu conto A Ascenção de Maya. Dia 14 de Novembro às 18:00hs na Editora Multifoco, Rua Mem de Sá, 126, Lapa, Rio de Janeiro.
Abro uma exceção neste blog para divulgar o livro de meu amigo José Araújo, pessoa de grande personalidade e carisma, que com sua grande sensibilidade e alma de poeta presenteou-nos com sua obra Por Um Mundo Melhor, uma seleção de contos de sua autoria, repletos de emoção e poesia, revelando em cada passagem o nosso lado mais humano, emotivo e solidário. É uma obra para qualquer idade, repleta da sabedoria colhida pelo autor a cada dia de sua vida. E também é um chamado para despertar nossa atenção para as coisas realmente importantes da vida: O amor, a alegria, a amizade, a esperança, a fé e a generosidade.
Parabéns José Araújo, pelo seu livro e pela imensa sabedoria e sentimentos destilados em cada um de seus contos. Com certeza os leitores enxergarão mais que belas histórias: enxergarão a si mesmos, suas vidas, e o amor ao próximo, na construção Por Um Mundo Melhor.
O livro do autor paulistano José Araújo, com uma seleção de 22 de seus melhores contos foi lançado com enorme sucesso dia 13 de setembro na XIV Bienal do Rio de Janeiro pela Usina de Letras Editora e agora chega finalmente às livrarias.
O teor dos contos de José Araújo é de fundo reflexivo, onde o autor usa como tema as situações e emoções vividas por todos nós em nosso cotidiano e usando a realidade, a ficção e a fantasia, cria histórias e personagens que vivenciam amor, alegria, fé, esperança, perseverança, orgulho, preconceito, arrogancia e presunção, entre tantos outros sentimentos caracteristicos do ser humano e com com isto, ele consegue a façanha de tocar fundo o coração do leitor que se emociona ao ler seus textos, pois segundo o Autor, isto se explica porque quando se trata de sentimentos humanos, de alguma forma, em algum momento de nossas vidas, somos todos iguais.
Sempre finalizando suas histórias com uma mensagem positiva que nos faz refletir profundamente sobre nosso comportamento para com o próximo, para com a natureza e para com a vida propriamente dita, José Araújo ganha a cada dia leitores de todas as idades, em todos os cantos do páis.
Após o sucesso de vendas ao público Carioca e aos visitantes na XIV Bienal do Rio de Janeiro, o tão esperado livro de José Araújo chega ao mercado e já pode ser adquirido nas LIVRARIAS CULTURA E SARAIVA, podendo também ser adquirido pela INTERNET nos sites das livrarias, para entrega em todo território nacional.
Enfim divulgada a tão esperada capa do livro Solarium 2, o segundo volume da coleção Solarium sobre o tema de ficção Científica. São livros imperdíveis para quem curte Ficção Científica. Achei belíssima. Parabéns ao artista da capa. Abaixo o convite Oficial, a Capa completa e o detalhe da capa da frente. Clique na imagem para ver melhor.
Recebi o primeiro vídeo de divulgação do lançamento de Solarium 2, antologia de contos de ficção científica com lançamento em novembro pela Editora Multifoco. O Vídeo foi feito com as ilustrações que compõe o livro, criadas pelo excelente ilustrador James Fernandes. Parabéns meu amigo. O vídeo é eletrizante após os 56 segundos iniciais que não preparam o expectador para o que vem em seguida...
Foi com imenso prazer que recebi um e-mail do Ademir Pascale informando que havia saído uma matéria sobre a Antologia Invasão, da qual participei com meu conto A Sonda de Pandora, na REVISTA UFO 159, feita pelo colunista Renato Azevedo na Coluna Giro Literário. Procurei a revista nas bancas por uma semana até encontrá-la e ter o prazer de folhear a publicacão. Abaixo, a disponibilizo na íntegra, scaneado da revista.
Clique na imagem para ampliar e ter uma melhor leitura.
Valeu Renato, obrigado pela resenha.
A mais nova antologia em que estarei publicando, ainda sem data oficial de lançamento: Contos sobre o lobisomem. Lembra daquelas histórias que ouvia quando era criança que lhe faziam arrepiar os pêlos do corpo? Pois é, peneirei a essência delas e , criei um conto interessante, divertido e atual sobre o lobisomem, intitulado Zé Cão, o zelador do canil. Este conto será publicado ao lado de outros contos dos talentosos escritores que compõe esta antologia
Metamorfose - A fúria dos lobisomens. Veja abaixo um breve comentário sobre o livro:
Por que há tantos relatos dos homens lobos em épocas e lugares diferentes? Lobisomem da Península Ibérica e da América Central e do Sul, Volkodlák dos eslavos, Loup-garou dos franceses, Versipélio dos romanos, Werwolf dos saxões, Hamtammr dos nórdicos, Óboroten dos russos, Wahrwolf dos germanos ou Licantropo dos gregos, tanto faz, eles estão conosco desde a maldição de Licaão, rei da Arcádia amaldiçoado por Zeus por oferecer como oferenda a carne de um homem chamado Árcade, à partir de então transformava-se em lobo sempre que a raiva lhe tomava a alma.
UM POUCO DE HISTÓRIA:
Publius Ovidius Naso (43 a.C - 17 d.C) escreveu a obra Metamorphoses, do qual cita as transformações de homens em animais, incluindo o rei Licaão em lobo, uma das primeiras, senão a primeira citação de um homem que se transforma em lobo. A obra influenciou William Shakespeare, John Milton, Dante Alighieri, Benjamin Britten, Cruz e Silva e tantos outros ao longo de dois milênios.
Criação e Organização: Ademir Pascale (Invasão, Giz Editorial, Draculea: O Livro Secreto dos Vampiros e Cinema – Despertando seu olhar crítico, Editora Alyá).
Autores Convidados: Marco Bourguignon (Editor da Scarium) e
Adriano Siqueira.
Prefácio: J.Modesto (Trevas, Amor Vampiro e Anhangá: A Fúria do Demônio, Giz Editorial).
Marcos caminhava ofegante pela encosta da montanha. Já acompanhava a trilha por quase três horas. Fizera apenas duas pequenas pausas para observar a abertura de duas grutas à beira do caminho,
mas não se aventurara por elas: não trouxera material adequado; além disso sabia que normas de segurança diziam que nunca se deve explorar sozinho o interior de uma caverna.
O suor escorria-lhe pelo corpo, mas a satisfação era infinita. Naquele momento sentia o tempo como um aliado, um leve marejar, companheiro do prazer da aventura; muito diferente do inimigo implacável que o desafiava no dia-a-dia a cumprir horários rígidos, tornando-o um autômato a ir de um lado para outro, cumprindo mil tarefas diferentes em prazos esmagadores.
Não, ali o tempo era íntimo e amigo. Tudo o que precisava fazer era aquilo que quisesse e apenas queria continuar caminhando pela trilha e chegar ao topo da montanha. Com direito a também parar, sentar no chão, pular e rir de si mesmo. Ali, estava totalmente só, e era dono destes seus afortunados momentos.
E o que mais o impressionou fora o vazio, o silêncio e a paz infinita. Era tanta harmonia que podia chegar facilmente às lágrimas. Não de tristeza, mas de uma alegria inexplicável, de estar em contato consigo mesmo e em harmonia com a natureza. O silêncio era absoluto. O único som que podia ouvir era o som do vento acariciando seu rosto.
A cada respiração sentia a energia da montanha preenchendo seu corpo. Longe de ficar cansado com a puxada caminhada, sentia-se mais vibrante e cheio de vida, como se tivesse voltado a ser um menino. Tinha vontade de caminhar mais rápido, fazer a energia de seu corpo circular e vibrar em uma velocidade cada vez maior. Caminhou mais rápido, deu galopes e correu, voltando ao ritmo da caminhada depois. Podia tudo. Sentiu-se dono de si mesmo novamente.
Não passara por nenhuma tragédia recentemente. Sua vida continuava como antes: era casado, ainda não possuía filhos. Seu tempo era dedicado em sua maior parte ao trabalho desgastante que simplesmente não o satisfazia. Sentia que em breve teria de tomar uma decisão radical quanto a isto. Precisava descobrir uma atividade mais prazeirosa e lucrativa. Mas naquele omento, nada disso o importava. Bastava o momento presente. Porque o cotidiano e a rotina lhe roubavam seu bem mais precioso: o tempo de sua vida. Sentia-se vegetando, sendo lentamente moído pelas engrenagens do tempo e das obrigações sociais.
A melhor decisão que tivera em anos fora à de subir a serra até aquela pequena vila e escalar aquela imensa montanha. Chegaria a quase 2.000 metros de altura no topo. Por sorte, a trilha era larga, sem perigos. Não havia pontos de escalada. Ao lado da trilha, gramíneas, arbustos ressequidos e diminutas flores faziam parte da paisagem. Vez ou outra, uma ave de rapina, à procura de caça, cruzava o céu e ele imaginava que ela era livre, voando pelos céus, sem limites conhecidos, apenas o de caçar para aplacar sua fome.
Após quatro horas e trinta minutos de caminhada chegara finalmente ao topo. E lá no alto a superfície da montanha era semiplana. Daria alguns poucos campos de futebol em comprimento. Mas dali podia enxergar por dezenas de quilômetros ao redor, a perder de vista. Ele chegou, levantou as mãos para o céu e deixou-se cair de joelhos.
Fez uma oração interior. Há anos esquecera-se de como era se sentir tão vivo, de estar no mundo fazendo parte da natureza e não lutando contra ela. Não conseguiu deter uma ou outra lágrima da qual nem ao menos percebeu que derramava, tamanha emoção que lhe invadira a alma. A paisagem ilimitada a toda sua volta lhe parecia gritar que todos os caminhos estavam abertos, que nada o prendia a não ser a sua própria vontade, que fosse o que fosse que decidisse fazer de sua vida, seria bem-vindo e aceito pela natureza, pelo mundo e por Deus.
O seu caminho não estava traçado e engessado. Estava ali, vibrante em mil direções e cores diferentes que lhe sorriam e diziam para simplesmente ser feliz por onde quer que andasse, pois o seu tempo era apenas o tempo de uma vida.
O curto espaço de uma vida humana e que mesmo dentro deste espaço ele ainda podia ser tão breve quanto um suspiro, ou tão longo quanto o curto prazo de validade de seu corpo. Não havia espaço para continuar com uma vida de frustrações e tristezas. Descobria enfim, que a sua vida era o resultado de seus atos. E que a sua vontade e suas decisões eram a bússola que o guiavam pelo caminho que trilhava e o levariam a uma chegada. Se seria feliz, ou se tentaria ser feliz, dependia mais de si mesmo que do ambiente. Agora recuperava enfim as rédeas de sua vida. Não era mais um barco à deriva. Sabia onde queria chegar. E principalmente, como chegar.
A paisagem do topo da montanha nunca mais se apagou de sua memória.
Muito tempo atrás (cerca de seis anos, para ser preciso) escrevi para o site poppycorn (www.poppycorn.com.br) a resenha de um livro da Editora Bertrand, Hominescências, de Michel Serres.
Outro dia deparei-me novamente com este texto e a mensagem do livro me pareceu cada vez mais atual. De uma leitura impressionante, unindo a análise da sociedade humana à síntese do futuro da espécie, lembro-me de ter lido o livro ávidamente.
Seja para quem gosta de ler pura e simplesmente, para aqueles que dão um passo além e imaginam o futuro da humanidade, ou se preocupam com ele, resolvi publicar a mesma resenha aqui, como leitura recomendada.
Hominescências
(Resenha)
Hominescências é uma visão da história do homem em relação aos meios em que vive e sua interação com o mundo, sua cultura e sociedade, as forças que impulsionam às mudanças e aos comportamentos, à evolução e à plasticidade deste ser que aprendeu a dominar as espécies e controlar o mundo, criatura emergente e resultante de sua própria dominação no planeta. O caminho deste homem se escreveu e se escreve em sua própria intensidade e desejo de vida pelo conhecimento da morte.
“A expectativa da morte conduz ao ímpeto da vida” diz Serres. Dizendo cientificamente o que Paulo Coelho disse ter vivido experimentalmente em seu livro "O alquimista".
Dotado de vasto saber e imensa cultura, Michel Serres descortina perante nossos olhos uma análise global da situação humana nas várias dimensões da vida e das ciências: existência, espiritualidade, cultura, economia, política, biologia, genética, tecnologias. De forma transparente nos faz refletir sobre a vasta condição humana.
“Estamos no limiar de nossa civilização”. Após reconstruir a seu próprio corpo geneticamente, criando sua própria evolução, através das ciências e das técnicas, após recriar a vida no planeta, manipular a fauna, a flora e toda a paisagem, o homem agora precisa urgentemente reinventar-se com valores éticos e reconstruir todas suas culturas e filosofias. Assim nos faz enxergar Serres em seus insights desconcertantes, revelando sínteses da situação humana atual e passada, desenhando e projetando um futuro de escolhas que hoje recai sobre cada um de nós, ao pensarmos globalmente e agirmos localmente.
A intervenção humana causou a fragilidade das espécies, plantas e animais, hoje organismos geneticamente modificados, ontem seres modificados através de cruzamentos e seleções, que carregamos conosco domesticadas e das quais nos alimentamos, e quanto mais protegemos, mais frágeis se tornam.
A capacidade humana de observação aumentou-se fantasticamente ao incorporarmos aparelhos que imitam capacidades de outros seres vivos, como o radar, sonar, leitura térmica. Nossas faculdades aumentaram. “O saber disseminou-se. Para quê bibliotecas se temos a internet ? A coletividade invadiu o indivíduo. O novo humanismo se faz do poder que adquirimos de acesso ao global. A relação precede a existência”. Estas são máximas de Serres que nos faz grudar os olhos em Hominescências até a última página.
Embora fazendo desfilar diante nós a obscuridade humana refletida em poder e violência, molas mestras na estória e cultura da humanidade, somos invadidos em Hominescências pela reflexão que “TODA GUERRA OCORRE SOBRE A TERRA” e somos alertados de que a decadência evolutiva pretende nos identificar à sociedades de insetos, à morte do indivíduo e à supremacia da coletividade. Ao mesmo tempo, Hominescências nos leva a refletir sobre nossas escolhas e decisões que influenciarão nosso destino e o de nossa civilização.
Das cavernas aos laboratórios. Do homem primitivo à este ser atual, global, virtual e supremo que tomou para si muitos dos atributos divinos. “Escapamos da Lei da Selva, somos hoje exodarwianos!”. Uma nova perspectiva do homem e sua estória, suas ações e consequências, seu já vivido passado e as escolhas para um possível futuro, é parte do que nos espera ao ler Hominescências que traduz: “O homem como espécie só pode nascer do amor.”
Está chegando a hora de um novo lançamento há muito esperado: o livro Dimensões BR, da Andross Editora.
Sinopse:Contos de fantasmas, bruxas, vampiros, curupiras e lobisomens. Mas também de seres mágicos, alienígenas, monstros ainda desconhecidos e muito mais. Uma antologia genérica com liberdade total para apresentar histórias que trazem os mais diferentes elementos fantásticos. Há apenas uma única condição: ter como cenário um lugar livre o suficiente para abrigar os estilos mais variados e os tons mais criativos. Um cenário mágico onde tudo é possível e impossível. Um cenário chamado Brasil.
Neste livro está meu conto O Demônio das Florestas Tropicais, baseado em um personagem do Folclore Nacional.
O livro foi organizado por Helena Gomes, conhecida escritora que publicou entre outros, "A Caverna de Cristal", uma série de livros que tem empolgado seus leitores. O esmero e o capricho de Helena resultaram na seleção de cinquenta e seis contos de autores diversos que estão publicados em Dimensões BR. Recebi, algum tempo atrás, o arquivo eletrônico que foi disponibilizado aos autores para a revisão de seus textos. Com isto, além de efetuar a revisão de meu conto, verifiquei o belo trabalho de seleção. e desde já a parabenizo: Parabéns Helena, pelo seu grande esforço e sucesso na empreitada de tornar a idéia do livro uma realidade e na seleção dos contos e a imensa simpatia no trato com os escritores.
E também ao Editor da Andross: Parabéns Edison, pelo seu hercúleo trabalho desenvolvido à frente da editora, proporcionando a publicação de vários títulos nteressantes aos leitores e a participação de novos escritores. Será também promovido pela Andross Editora no lançamento do livro, no dia 03 de outubro, às 15h, a mesa-redonda O Brasil como Cenário Fantástico, com os escritores Roberto de Sousa Causo e Helena Gomes, e mediação de Silvio Alexandre, mais a presença de Cristiana Gimenes, contadora de histórias e claro, do Editor da Andross, Edson.
Programação do evento de lançamento
Data: 03 de outubro de 2009, das 15 às 20 horas
Local: Biblioteca Viriato Correa de Literatura Fantástica - R. Sena Madureira, 298, Vl. Mariana, São Paulo, SP - Tel: 11 5573-4017 Mapa
Serviço: Venda do livro DIMENSÕES.BR ao valor promocional de lançamento de R$ 19,00 a unidade. Dinheiro ou cheque. Também estarão disponíveis para venda outros títulos da Andross que possuírem autores que também estejam publicando no livro DIMENSÕES.BR.
Escrevi este texto há bastante tempo, logo depois de assistir ao terceiro filme da trilogia Matrix. Como fã de ficção científica, eu esperava muito mais da história. Achei o primeiro filme genial e inovador, mas as continuações fizeram declinar a fantasia e o entusiasmo. Àqueles que discordarem do texto, fica a visão de apenas um fã decepcionado, e o caminho aberto para que também façam o seu relato e nos apresente sua visão do filme, da história e do mundo.
Matrix: A estória que não soube ser contada
Sim, também seguimos o coelho branco e engolimos a pílula da verdade.
Em clima de mistério regado a filosofia, religião e alta tecnologia, fomos transportados para um outro universo de ficção científica que nos fascinou tanto quanto o primeiro filme de Guerra nas Estrelas nos idos da década de 70. Basta conferir as bilheterias.
Mas, após tanto mistério e suspense, onde chegamos? Após tanta expectativa, onde nos encontramos?
Em breve retrospectiva ao leitor, fã e amante de ficção científica, vale lembrar que o mito da criatura construída pelo homem e que escapa ao seu poder nasceu com Mary Shelley em Frankestein. A partir daí surgiram adaptações como, por exemplo, em “O Médico e o Monstro” , ou as belíssimas estórias de Isaac Asimov sobre robôs, e em especial as sobre robôs-como-ameaça.
O homem sempre desejou recriar a si mesmo. O fato é que os robôs sempre nos fascinaram, e sempre estivemos dispostos a conhecer mais sobre eles e tentar criá-los à nossa imagem e semelhança. E nestas suas estórias, Asimov nos mostra que apesar de suas leis da robótica, a humanidade poderia ser destruída ou prejudicada por tais robôs.
Matrix beira este conceito. Ao final da trilogia descobrimos que estamos diante de uma civilização de máquinas-Frankestein, que se formaram dos primeiros robôs construídos pela humanidade e que se revoltaram contra ela. Tais máquinas supostamente inteligentes, controlam um super-ultra-hiper software que ilude as mentes de toda uma humanidade escravizada física e mentalmente, enquanto suga sua energia. Esta civilização de máquinas-Frankestein além de ter escravizado seu criador, ainda guerreia contra os poucos remanescentes do homem ainda livres, representando talvez, o desejo da criatura no extermínio de todo o livre-arbítrio de seu criador.
No terceiro filme da trilogia, qualquer ente pensante pergunta-se: - Então é isto? O ser humano derrotado pela sua criatura continua sendo usado como pilha pelas máquinas? O que sobra da humanidade é apenas uma horda de revolucionários punks mal orientados? Nada mais resta ao homem que contentar-se à escravidão mental, moral e física de um mundo mecanicista? O homem, escravo de sua mente? De sua criação?
Mas o fã de Ficção Científica, surpreso e indignado, responde: - A anomalia não é o dejá-vu, a pausa e recomeço na matrix para modificar algo, a anomalia são as duas seqüências Matrix Reloaded e Matrix Revolutions. O fim de Matrix é o enterro de uma estória que não soube ser contada. De um universo fascinante e extremamente criativo como Matrix fizeram apenas seqüências de estonteantes efeitos especiais e visuais, sem imaginar um mínimo de estória e roteiro coerentes.
Não se trata apenas de imaginar um roteiro com happy end a la Hollywood, mas sim, um estória minimamente inteligente e tão fascinante como o próprio universo de Matrix.
Agora, na contra-mão da moral da estória, que lamentavelmente informa como a máxima dos Borgs em Jornada nas estrelas: “Resistir é inúti!” , vale lembrar os autores recentes de Física como Fritjof Capra que nos faz abandonar o cartesianismo cego e nos impulsiona a ver o mundo não como uma imensa máquina, mas um mundo em interação dinâmica entre seus vários seres e coisas; a vida, como uma teia de interrelações pessoais e entre organismos vivos. Quando penso no fim de Matrix, ah, que saudade que dá dos ecologistas e biólogos, aqueles seres de alma verdinha, antigos Et´s agora já miscigenados aos terráqueos comuns, antigos profetas de nosso apocalipse planetário.
Mas cabe lembrar finalmente, a despeito do ridículo final do filme Matrix,
Que a Vida é muito mais que um Sonho;
Que a humanidade é muito mais que uma coleção de mamíferos Homo Sapiens;
Que o mundo é muito mais vasto e fascinante que uma régua de cálculo.
No sábado, 19.09, das 14:00 às 17:00hs, aproveitando o lançamento do livro Invasão, pela Giz Editorial, uma antologia de contos de vários autores onde participo com meu conto A Sonda de Pandora. O livro pode ser adquirido diretamente no site da Giz (www.gizeditorial.com.br)
O Rio Centro estava lotado, mesmo com a cobrança de ingresso a R$ 12,00; somente tive tempo de percorrer o setor laranja (lá os setores eram reconhecidos por cor), onde por sorte se concentrou os amigos autores que revi em vários stands de diferentes editoras.
A maior parte do tempo estive no Stand da Giz Editorial, onde tive muito prazer em conhecer pessoalmente o Editor Ednei Procópio, e colegas escritores diversos, entre eles, Miguel Carqueija, , Giulia Moon, Martha Argel e Gerson J. V. couto. Conheci alguns dos outros co-autores de Invasão que estiveram presente ao evento: Estevan Lutz, Mariana Albuquerque, Anderson dos Santos Costa, Melanie Evarino Leite. Também revi alguns amigos de outras datas, também escritores: José araújo, André Esteves e Frodo Oliveira.
Uma grande emoção foi receber o crachá de autor, com entrada franca para a Bienal.
Senti ter finalmente sacramentado o início de minha carreira de escritor...