Um refúgio onde Ronaldo Souza, escritor, expressa suas idéias em ficções, textos, contos e personagens em nua inspiração, para que possam ser encontrados e curtidos por amantes da leitura.
Conheça o Livro Raízes e Asas
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Meu próximo conto a ser publicado sairá no livro abaixo, com lançamento previsto para Março de 2009:
UNIVERSO PAULISTANO - CONTOS, CRÔNICAS E POEMAS DE UMA CIDADE QUE NUNCA DORME
Trata-se de uma coletânea de textos literários de novos autores, organizada pelo editor de livros, escritor e roteirista de HQ Edson Rossatto e pelo Professor Doutor Carlos Francisco de Morais, cujo objetivo é homenagear São Paulo por seus 455 anos. Logo na capa, podemos contemplar o imponente edifício Martinelli sob a lente objetiva de um fotógrafo.
Vi pessoas antes alegres e divertidas, se tornarem amargas e tristes. Voltadas ao próprio sofrimento, carregando dentro de si o peso do passado ou do momento presente. E tudo ao redor, para elas, ter se tornado cinza como seus pensamentos.
Suas vidas estagnaram. Tornaram-se um diário e penoso arrastar de si mesmas pelas insuportáveis horas de sua existência. Acostumaram-se ao mau humor e à mediocridade. Desistiram de seus sonhos e vivem reclamando de tudo e de todos. Amigos se afastaram, e mesmo familiares.
Ninguém convive bem com a amargura. Ainda mais se puder se afastar.
Procurei saber o que faz com que pessoas alegres se tornem amargas. E vi muitas coisas. A morte de alguém querido. A perda de seus sonhos. Doenças. A ausência de amor. Violência. Tragédias familiares. E mesmo a incapacidade para amar.
Também vi pessoas que sofreram imensas tragédias pessoais e que mesmo após muito sofrimento, nunca deixaram para trás sua jovialidade e sua capacidade de se encantarem com a vida. Estas foram muito poucas.
Compreendi que, não importa pelo que passem as pessoas, é preciso que abram suas janelas e deixem entrar a luz. Para que se renove o ar que respiram. E voltem a enxergar a vida em toda sua plenitude. Porque assim voltarão a encontrar um sentido, um caminho que valha à pena ser trilhado e no qual possam enfim encontrar novamente a alegria perdida. E porque não importa pelo que ou por quem choram: emitindo boas vibrações, todo o universo pode senti-las.
Olho ao redor e vejo que vem chegando outra alma desconsolada...
Sempre doentes, sempre amargas.
Como seria bom encontrar novamente uma daquelas almas que voltaram a abrir suas janelas. Eu as levaria direto para os campos floridos e belos, para se encantarem com o azul e inundarem seus olhos de luz... mas ao invés disso, tenho de levá-las para a quarentena... onde ficam até se recuperarem de suas amarguras.
Mas não me canso de tentar protegê-las e encaminhá-las para a luz. É o trabalho que escolhi. Algumas pessoas, por vezes, me chamam; outras me rejeitam. Insisto. Porque mesmo em seus momentos de trevas, mesmo quando acham que estão sós, eu estou por perto, procurando aliviar sua dor e iluminar suas vidas. Procuro sempre o seu bem.
(do livro Diário de um Romance by Ronaldo Luiz Souza)
Teu corpo É um santuário de luz E suave amor Horizonte florido Onde se delicia Meu olhar E repousa meus sonhos De ser o sonho teu Em noites juvenis Em manhãs perfumadas De nossa intimidade Em tardes febris De apaixonado prazer
Teu beijo É uma ilha tropical Taça cristalina derramando Vinho e mel Despertando a ternura do amor A doçura da carícia E o agitar da paixão Soprando carinhos quentes Em praias de irresistível azul
Teu olhar É um promissor amanhecer Suave e belo renascer Fonte carinhosa Que emana sentimentos Equilibra e compreende Minha alma Translúcida amante De tua alma
Tua presença É uma cascata de vida Doce fonte de vida e calor Provocando alegria selvagem E profunda emoção Desperta Invade É absoluta Em provocar-me O infinito amor Que tenho por ti
Então Fascinado por teu corpo Apaixonado por teu beijo Seduzido por teu olhar Maravilhado por tua presença Posso gritar Tendo céu e estrelas distantes Por testemunhas Eu amo você!
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Sobre o conto coletivo Esquecidos de Réquiem: Alguns autores da antologia Réquiem para o Natal se propuseram um exercício de imaginação e colaboração: criar uma novela coletiva no melhor estilo mexicano. Cada um contribuiu com um trecho e o próximo autor tentou dar continuidade ao que o anterior escreveu, construindo uma narrativa única. A história se passa à oeste do lado mais escuro do Natal em um povoado chamado Réquiem e fala de muitas lutas, de vilões e heróis. As reviravoltas, as tramas e os mistérios que envolvem cada personagem vão aos poucos contando o drama que envolve a cidade. Aqui ninguém é inocente e o próximo capitulo pode ser o último de sua vida. Agradeço meu esposo e escritor Ademir Pascale pelo apoio na organização deste suplemento e ao empenho pessoal de Danny Marks e Ricardo Delfin, no processo de revisão do conto coletivo, assim como no seu trâmite final. Agradeço também aos autores que participaram deste Suplemento Especial e desejo-lhes muito sucesso em suas empreitadas literárias. Uma ótima leitura, um feliz natal e um excelente 2009. Elenir Alves Editora e Organizadora
Determinado a não mais passar gafes sociais em jantares com amigos, Dário decidiu apurar seu paladar para o vinho e se tornar um especialista na bebida. Saberia cada espécie de uva, região produtora, sabor e flagrância. Nenhuma faceta da fruta ou da bebida por mais sutil que fosse, lhe escaparia.
Passou a comprar garrafas de diversos vinhos provenientes de diferentes uvas, a fim de experimentar os inúmeros resultados das distintas safras, épocas e uvas.
Comprou livros. Assistiu reportagens.
Sim, tudo lhe dizia que valia a pena para a saúde. Os médicos já diziam que uma taça de vinho por dia era ótima para o coração e aumentava a longevidade.
Entusiasmado, Dário mergulhou na bebida de Baco.
Forçou a descida de adocicadas e amargas, estranhas e suaves, ácidas e vermelhas soluções engarrafadas, pela goela abaixo. Nem todas foram apreciadas ou saborosas para um paladar iniciante. Razão porque algumas vezes se forçou a manter oculta a careta causada pelo gosto sofrível de alguma uva.
Vinho do Inferno – pensava então - produzido sabe lá em quê porão imundo, ou talvez oriundo do antigo processo artesanal onde as uvas teriam sido pisadas por pés impregnados de fétidos odores...
Não se abateu pelos palatares percalços. Insistiu.
Todos os dias durante seu almoço lá estava uma taça vermelha, derramada de uma nova garrafa, um novo sabor a ser degustado. Afinal, não se podia desistir tão facilmente de um grande intento, apenas porinsípidos inconveniente.
Mas passados alguns dias, fora vencido. Não que tivesse desistido voluntariamente. Seus propósitos eram por demais nobres: impressionar e impressionar.
Mas, porque tinha uma deficiência digestiva crônica, seu corpo reagiu. O fígado recusou-se a colaborar com tão importante missão. Entrou em fase de aversão permanente ao precioso e tinto líquido. Dário insistiu. Afinal o prestativo órgão cometia uma heresia, um estonteante sacrilégio: se recusava a digerir a bebida de nobres e cultos.
Pagou um alto preço pela insistência. Foi privado dos melhores momentos de convívio social, ou ainda, daqueles mais íntimos, com desejáveis damas, e enviado à força, por distúrbios intestinais, para banheiros solitários e indesejáveis, mas necessários à urgência do momento.
E após muitas insistências e observações, com resultados dolorosos e sofríveis, envergando-se de dor, Dário baixou a guarda e disse:
- Fígado, você ganhou. Aboliremos de vez o alcoólico e fermentado suco, tu ficarás livre da vermelha inundação, contanto que retornemos à paz intestinal.
Sua carreira de enólogo e sommelier fora permanentemente interrompida.
Quando sair na chuva... não se importe em se molhar
Porque é sempre assim... não importa o que façamos, estamos sempre sujeitos a levarmos alguns respingos. Faz parte da vida.
Não querendo se molhar, nem ouse sair de casa.
Se não quer sentir a possibilidade de derrota, nem mesmo sonhe com a vitória. Se deseja segurança, não se exponha. Ainda assim, corre riscos, inclusive o de não viver... Afinal, estar vivo é estar exposto a riscos e possibilidades.
Não há escapatória. Se você está vivo, logo interage.
A despeito de sua vontade, pessoas podem amá-lo ou odiá-lo... não importa. Importa sim, a sua reação, a capacidade de lidar com situações estressantes sem se afundar no lodo do rio ou se deixar arrastar pela correnteza. Ao contrário, é necessário flutuar por cima das ondas, em uma leve tranqüilidade, relaxando com o fluir dos ventos, a cada instante.
O trânsito sempre pode se complicar em apenas um segundo, quando tudo parecia normal e tranqüilo; a saúde, provocar sustos; as finanças, piruetas; os desafios e dificuldades, medo e impotência. No entanto, é preciso manter a calma, a tranqüilidade e a fé.
Não se pode ter medo de se molhar na chuva, de se queimar ao sol, de sofrer no amor, de chorar na tristeza, de fracassar na vida ou de não ser capaz, pois não se pode ter medo de viver...
São as surpresas e os desafios que trazem sabor à existência.
É no auge da estação da chuva que mais sentimos falta do tempo seco. Também é no auge do inverno que mais sentimos falta do verão, e no verão, quando mais ansiamos pelo clima ameno do outono...
Todo excesso nos provoca um desejo do seu oposto... que o digam os solteiros e solteiras cansados da agitação e da rotatividade de parceiras e que, no fundo, gostariam de sentir a intimidade conquistada com uma só pessoa com quem tivessem afinidade... também o seu oposto é verdade... qual pessoa casada que embora feliz no casamento não gostaria de vez ou outra, voltar a cortejar ou ser cortejado por uma estranha? Somos criaturas ambíguas: a ausência nos causa o desejo, mas na presença tendemos ao fastio...é preciso aprender a valorizar a presença e a suportar a ausência... tudo tem o seu tempo, e em cada um deles devemos colher seus frutos...
Ontem eu era uma criança, um adolescente, um jovem. Hoje sou um homem. E descobri ao caminhar pela vida um chavão que senti na pele: o de que somos todos iguais. Aprendi que apenas nos encontramos em momentos e situações diferentes, por isto nossas visões distorcidas do mundo nos provocam opiniões diferentes. Mas mostramos nossa inteligência e capacidade de interagir quando aprendemos a ouvir a opinião do outro e a enxergar a visão que a provocou. Caminhando, constatei: criança, jovem ou velho, ricos ou pobres, coloridos ou sem cor, nascidos no Leste ou Oeste, somos muito mais que qualquer rótulo: somos humanos!
Repetimos os passos já dados por nossos ancestrais, sempre querendo algo de novo, e descobrindo que este algo novo, na verdade, é bem mais velho que imaginamos.
Se me cabe partilhar um segredo, do tempo que por mim passou, aqui está ele: caminhe, e não se preocupe mais com os respingos da chuva, ou o pó da estrada. A despeito das incertezas, também há flores e cascatas pelo caminho. E se houver alguma pedra no caminho, apenas desvie. Também pode haver tesouros a serem encontrados. É preciso caminhar. É preciso viver.
Cada estação produz frutos diferentes, e cada fruto tem o seu sabor. Escolher entre eles é nossa mais simples tarefa. Mas querer viver apenas de um deles é nosso erro mais clássico, como também o é escolher sempre aqueles inalcançáveis. Simplifique. Sua satisfação agradece.
(do livro Diário de um Romance by Ronaldo Luiz Souza).
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Gosto de quando teus olhos brilham
Olhando-me
E tuas mãos ficam inquietas
Acariciando meu corpo
Quando te doas generosa e cálidamente
Quando tua respiração relaxa e te tornas toda carinho e meiguice
Quando teu sorriso me sorri com a alegria de estar ao meu lado
E tu me amas te amando
Quando todo teu corpo diz “Te Quero” em palavras ocultas
E teus olhos revelam a beleza de tua alma
Quando tu és tua própria essência
É quando mais te amo é quando tu mais me amas
É quando o amor mais nos ama
(do livro Diário de um Romance by Ronaldo Luiz Souza)
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. Estar apartado de ti
é ter arrancado de meu ser
minha parte mais preciosa, a mais amada
Longe vivo em uma ilha onde o oceano se faz
Em pensamentos flamejantes que relembram nossas memórias,
palavras, estória, sentimentos, nossos sorrisos e nossas lágrimas.
Estar longe de ti
é olhar o horizonte e nada ver,
estar mas não permanecer,
viver e nada sentir
senão a anestesia de um mundo
onde não há cor e nem vida
em suas planícies áridas e frias
Estar distante de ti
é viver a agonia da escuridão formada
sem a luz da tua alma e o brilho de teus olhos
sem o sorriso de teus lábios e o amor de teu coração
Estar separado de ti
é viver com olhos úmidos, o coração enjaulado,
os risos e as alegrias retidas em um mundo
que já parece não mais me pertencer.
Estar fora de ti
é sempre desejar reviver
as nossas manhãs de céu azul e noites de luar,
o enlace de nossas emoções e sentimentos
Porque Longe Apartado Separado e Fora de ti
é sempre
Desejar ardentemente
Querer profundamente
Sonhar intensamente
Viver ansiosamente
Almejar novamente Estar junto a ti.