terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Um olhar inexpressivo
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Uma Escalada Interior
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Uma pergunta pertinente.
O que você vai ser quando crescer?
Era a pergunta que todos ouvíamos quando crianças. Alguns sabiam bem, desde aquela época há muito passada, que caminho tomaria pela vida toda. A maioria sequer tinha ideia do que viria a ter como profissão algum dia, lá no distante futuro, quando se tornassem pessoas adultas.
Conheci amigos que se tornaram felizes, outros não tiveram a mesma sorte. Uns seguiram caminhos de sucesso pessoal, embora nem sempre próspero; outros de uma vida muito comum, de altos e baixos.
E também houve aqueles que não seguiram caminho algum, pois foram levados muito cedo desta vida para além.
Creio que a pergunta certa a se fazer a uma criança seria: o que você mais gosta de fazer, o que mais lhe dá prazer, com que mais se diverte? É certo: todos temos um dom. Todos somos especiais em fazer algo tão bem que ninguém seria capaz de fazer melhor. Ou pelo menos, pouquíssimos o fariam.
O que seria da humanidade se os grandes gênios não tivessem cultivado seus dons? Se tivessem negado seus ideais e não tivessem lutado por seus sonhos? Alguém imagina a música clássica sem Mozart, Beethoven, Vivaldi? Ou a MPB sem Milton, Caetano, Toquinho e tantos outros? A ciência sem Descartes, Newton, Einstein, Galileu? A espiritualidade sem Cristo, Buda e Maomé?
Fazemos melhor o que temos prazer em fazer. É quando nos doamos mais ao trabalho.
O ponto central é: se todos trabalhassem seus dons em prol de si mesmo e da sociedade, não teríamos um mundo mais humano e melhor? Não seríamos mais felizes se ao invés de enxergar o trabalho como algo difícil a ser enfrentado numa jornada árdua de trabalho, o enxergássemos como uma oportunidade única a cada dia de ser feliz, demonstrando e vivendo nossos dons, produzindo um bem maior a todos, com maior valor agregado?
Então, qual é o seu dom? E não diga que não o possui. Pode ter esquecido, diante de tantos problemas e da rotina diária. Mas ele está lá, ainda que debaixo do pó da incerteza e do abandono. Comece se perguntando: De que realmente gosto? O que me provoca alegria, estímulo e ação?
Descubra seu sonho. Torne-o realidade. Ou se você já o conhece, lute por ele.
Porque você merece ser feliz.
domingo, 31 de maio de 2009
O Frio Que Nos Cerca
Conforme prometido, publico abaixo o conto O Frio Que Nos Cerca presente na antologia Contos de Outono da Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Boa Leitura!!!!

Os MELHORES CONTOS de 2009 CJBE
Foi com imensa surpresa em que descobri, clicando no site da CJBE (Câmara Brasileira de Jovens Escritores) que o meu conto O Frio que nos cerca, publicado na antologia Contos de Outono 2009 e publicado neste blog foi escolhido dentre outros como um dos MELHORES CONTOS de 2009 publicados pela CJBE.

O Frio Que Nos Cerca
Eu me lembro de ter dito: Não mais terei esperanças.
Ledo engano. Confesso ter me surpreendido refletindo por
longos momentos, tendo saudades, me entristecendo por todas as horas do dia ou da noite.
As noites, como se tornaram vazias e sem sentido, monótonas e solitárias.
A esperança ainda estava ali, rondando-me, fazendo-me lembrar, impedindo-me de permanecer quieto. Tornando necessário
fazer alguma coisa. Qualquer coisa que desse sentido ao fato de ainda pensar em Izabella.
Ela me deixara.
Como o mundo me pareceu vazio e insensível, mesmo frio, após aquela noite de sábado há apenas uma semana.
Uma semana de minutos eternos e ânsia infinita.
Porque o arrastar do tempo é cruel com aqueles que amam e se encontram solitários.
Porque um coração que ama se torna insustentável sem amor.
Naquela noite ela me disse um adeus sem palavras.
Eu ainda tinha sonhos. Sonhava estar apenas iniciando nossa vida em
comum, que a estrada da vida se abria para nós e nos recebia com flores pelos caminhos; e o aroma fresco das manhãs vicejava em nossos sonhos.
Sim, eu posso dizer sem erro, ainda hoje, sem pudor ou medo. Eu a amei mais que a mim mesmo. E não me arrependo.
Porque comemorávamos cada momento passado juntos como uma dádiva dos Deuses. Porque éramos um para o outro sem regras, fronteiras ou ilusões. Porque nos descobrimos num mar de gente e nos encontramos um no outro. Porque não havia mais qualquer possibilidade de existirmos da forma eu-sem-você ou você-sem-mim, mas apenas nós-juntos-para-sempre.
E preparávamos nossa festa a dois para a semana seguinte, o próximo domingo, doze de junho, dia dos namorados.
Mas não chegamos até ele.
Por que os sonhos mais belos são frágeis e esquivos? Por que não alcançamos o arco-íris e nos colorimos de alegria? Por que não podemos colher gotas de luz para lançar na escuridão?
Eram perguntas de Izabella.
Mas a minha apenas era: Quanto pode durar a felicidade?
Eu me sentia feliz e também via alegria em seus olhos, caminhando pela areia da praia, trilhando aventuras, ou mesmo apenas tomando um café ao seu lado. Ela me olhava, sempre com aquela alegria inocente e me fazia sorrir por prazer ou por descartar regras a muito arraigadas em meu íntimo.
Sempre me senti mais leve na sua presença.
Caminhávamos com os mesmos passos e as mesmas certezas.
Ela transformava palavras em canções, dificuldades em sorrisos, e olhares em esperança.
Eu sempre a amei. Ainda posso ouví-la sussurrar seu diário Bom dia, Luciano! em meus ouvidos, ao acordar pela manhã. Eu moveria céus e terra somente para tê-la sempre sorrindo, feliz ao meu lado.
Nas noites, acordo no meio da madrugada, trêmulo, aos prantos, imaginando estar vivendo um pesadelo, que ainda estamos juntos, que ela me ama, e está ao meu lado tanto quanto antes. Então a realidade me atropela e vejo que o pesadelo é tão concreto quanto as paredes ao meu redor. Resta-me a tristeza e o conformismo.
Da taça que nos foi oferecida, tomaremos juntos até a última gota de vida. Ainda me lembro bem destas suas palavras. Eram uma declaração de amor e uma promessa.
Hoje eu me pergunto: Por que a vida permite que inocentes sofram?
Não fui capaz de prever. Nunca pude pensar que a taça se esgotasse tão rapidamente, que sua doença fosse tão devastadora, nem que o derradeiro momento estivesse tão perto.
Um câncer no seio se alastrara pelo corpo de Izabella, devastando de um só golpe, três vidas.
A dela que se fora. A minha que lastima. E a futura, fruto de nossa união, negada em seu próprio íntimo, pelos belos e sagrados seios, sua futura fonte de alimentos, que jorraram veneno mortal.
Neste dia de outono de minha vida, apenas posso repetir, na esperança que ela me escute, lá das nuvens celestes, em meio aos anjos do Senhor:
Eu te amo, Izabella. Por isto decidi publicar este relato. Para que todos aqueles que o leiam lembrem-se de amar com toda a intensidade de seus corações, como se fosse a primeira ou a última vez.
Porque nosso tempo sempre é muito curto para amar.
Tenha um Feliz Dia dos Namorados, meu amor.
Daquele que um dia, no passado, você amou com todo seu coração.